domingo, 7 de dezembro de 2008

Reafirmação da minha existência

Ao ouvir no Telejornal da RTP1 as notícias que dão conta dos confrontos entre a polícia e manifestantes, em várias cidades gregas, tive a sensação estranha de dejá vu (daquelas que arrepiam a espinha!) e desejei que, por alguma razão estranha, pudesse estar lá.






segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Agradecimentos à Claque + final de época

Está tudo na mesma (e isso é bom). Uma semana depois de ter chegado a Lisboa posso garantir que não sinto que tenha perdido nada nos 9 meses que estive fora. É essa a grande vantagem de viajar e ter uma base sólida. Só se ganha.

Parece que foi ontem que aterrei em Atenas e, ao mesmo tempo, parece que nunca cheguei a sair de Lisboa.

O Benfica continua GLORIOSO e, se estiver enganado como (ingiro) o meu chapéu, estou confiante numa época com títulos nacionais e uma boa participação na UEFA. Senão vejamos, uma equipa titular com

-----------------------------------QUIM------------------------------------
----NÉLSON----------LUISÃO------------D.LUIZ------------LÉO--------

----------------------------------KATSO------------------------------------

----------------C.MARTINS----------------AIMAR---------------------------
----------REYES--------------CARDOZO------------DI MARIA--------------

(isto sem saber se o Doutor Rui Costa não saca ainda um Lateral e Extremo direitos ao nível do resto do onze) é garantia de que temos equipa para fazer muitas vezes a festa da vitória. Para além disso o Quique Flores é, na minha modesta opinião, dos melhores treinadores duma “nova geração” de treinadores. O que é que isto da “nova geração” significa? Que não tem bigode e utiliza conceitos como “tecnologia” e princípios de jogo em detrimento de tácticas.

Tinha mais coisas para escrever mas, naturalmente, menos importantes do que saber que o Benfica já tem um onze base definido. Estar em casa também é bom, claro.

Isto para dizer que volto, aparentemente, a mesma pessoa. De resto, não é por isso que viajo. Sei bem quem sou e não tenho grande interesse em mudar. Sou eu mesmo e não sou sempre o mesmo. Pensando bem volto pior porque dos 5% que não ocupava o meu tempo a pensar no Benfica, agora, 4% são ocupados a pensar no Panathinaikos. Os restantes 1% estão destinados a actividades elementares como respirar, comer e beber…

Se a vida fosse um jogo de futebol e eu um jogador de futebol (um dia quando for grande…) estaria a começar uma nova época. Mas antes de começar tenho de agradecer à massa associativa que, por pouca sorte ou falta de habilidade, se cruzou comigo na última temporada. Obviamente faltam alguns, inclusive o grande Dionisio que trocou a nacionalidade grega pela portuguesa mas cometeu o erro de escolher o Sporting como equipa de eleição em Portugal. Fazer uma referência a todos demoraria muito, estou cansado e quero ir dormir (só na empresa seriam umas 10 pessoas)... mas estão todos cá dentro!

Eles foram (sem nenhuma ordem em especial):




Donatos - Malaka!





André - Portuguesa dos Desportos!



JP - Sunseeker!



Rachid - 3 porquinhos!


Reda - Mogador!



Pedro - o Terror da Economia Paralela grega!



Carina - C12 fixolas!


Maria - Benaki!


Naya - dicionário! Roberto - Capitão!


André Alves - Xôr Doutor!

Isabel - Soneca!


Diana - cor-de-rosa!


Aspa - neve!


Catarina - Creta!


Georgia - rir! Maria - Cardim!


Stephanos - rembetika!


Sara - onde é que está?


Javi - que clase!



Teresa - Investimentos! Filipa - Xôra Doutora!

Foram estes alguns dos sócios e sócias (pagantes com amizade) que abnegadamente apoiaram o Horto Magiko nas suas deslocações a locais frios, alguns, e quentes, outros, mas todos eles recônditos, ou quase todos, vá... não estou com grandes preocupações ou preciosismos a estas horas:

Ática
Peloponeso
Sterea Ellada
Epirus
Macedónia
Albânia (juro!)
Cesme
Bodrum
Ephesus
Pamukkale
Izmir
Instanbul
Genebra
Mullouse
Basel
Freiburg
Lefkada x2
Corfu
Elafonissos x3
Scorpios (ilha do Onassis)
Meganissi
Ithaca
Kefalónia
Zakynthos
Aegina
Poros
Salamina
Itzea
Hydra
Serifos
Sifnos
Paros
Naxos
Milos
Creta (costa oeste)
Mykonos
Tinos
Ios
Chios
Samos
Ikaria

Curiosamente não fui a Rodes nem a Santorini (Santorini é tão lindooooooooooooooooooooo... opah, tens que ir, tens que ir, tens que ir... e foi por isso que não fui).

Em retrospectiva, foram jornadas duras porque já não há jogos fáceis e o futebol já foi mais técnico. Agora, é altura de assinar por uma nova equipa. As negociações estão em fase adiantada mas só anuncio a contratação depois de consumada que é para não correr o risco de fracassos como os famosos casos Flemming Polvsen, Oleg Luzhny, John Dal Tommason ou, mais recentemente, Saviola e Luis Garcia.

Até lá um grande bem-haja e um Horto Magiko em honra de todos aqueles que se divertiram ao ler estas baboseiras ao longo de 9 meses.

INE HORTO MAGIKO (ΕΙΝΑΙ ΧΟΡΤΟ ΜΑΓΙΚΟ) FERTE MU LIGO GIA NA PIO (ΦΕΡΤΕ ΜΟΥ ΛΙΓΟ ΓΙΑ ΝΑ ΠΙΩ) TON PAO MU NA ONIREFTO (ΤΟΝ ΠΑΟ ΜΟΥ ΝΑ ΟΝΕΙΡΕΥΤΩ) KE NA FONAKSO STO THEO (ΚΑΙ ΝΑ ΦΩΝΑΞΩ ΣΤΟ ΘΕΟ) PANATHA MU SE AGAPO (ΠΑΝΑΘΑ ΜΟΥ ΣΕ ΑΓΑΠΩ) SAN IROINI SAN SKLIRO NARKOTIKO (ΣΑΝ ΗΡΩΪΝΗ ΣΑΝ ΣΚΛΗΡΟ ΝΑΡΚΩΤΙΚΟ) SAN TO XASIS TO LSD (ΣΑΝ ΤΟ ΧΑΣHΣ ΤΟ LSD) GIA SENA PAO MASTURONI OLI I GI (ΓΙΑ ΣΕΝΑ ΠΑΟ ΜΑΣΤΟΥΡΩΝΕΙ ΟΛΗ) PANATHA MU SE AGAPO (ΠΑΝΑΘΑ ΜΟΥ ΣΕ ΑΓΑΠΩ)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O que farias se não estivesses com medo?

Hoje foi o meu último dia de trabalho na Grécia. Acho as despedidas deprimentes e invariavelmente despeço-me das pessoas com um "até logo", em português, ou um "see you in another life", em inglês. Nunca estou com grandes conversas ou penso demasiado naquele momento.
"Será que nunca mais vou ver aquela pessoa?" Epah, não sei... se calhar não... mas o importante é que o período de tempo que interagi com ela tenha valido a pena.
Acredito, sinceramente, nesta "teoria do prazo de validade"... à excepção da família ou alguns amigos aos quais nos devemos agarrar com unhas e dentes. A vida é efémera e para ser vivida sem arrependimentos ou medo.
Gostei muito das pessoas com quem trabalhei... excelentes pessoas... espero que volte a encontrá-las! Γεια σου παιδιά. Mια χαρά!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Histon FC


Depois de passagens pelos escalões jovens da UDR Tires, Sport Lisboa e Benfica e GD Estoril-Praia foi na Grécia que redescobri a alegria de jogar futebol a “sério”.

Nem sei como é que não escrevi sobre isto antes mas eu sou o primeiro estrangeiro a jogar pelo Histon FC (uma equipa amadora). Nada de espectacular, okay, mas estamos em segundo lugar numa 2ª divisão da região de Atenas. Faltam umas 4 jornadas até ao final do campeonato e já não podemos chegar ao primeiro lugar (a equipa que está em primeiro é claramente melhor) mas não nos saímos nada mal tendo em conta que, até ao momento, apenas perdemos os dois jogos contra essa equipa (só vitórias) e temos 7 ou 8 empates. O resto só vitórias.

Temos um treino por semana e jogamos num campo sintético em Gerakas. Quase todas as equipas deste campeonato usam esse campo, porque é disponibilizado pela organização, então acaba por ser só o balneário a mudar semanalmente.

De realçar o meu jogo de estreia em que ganhamos por 16-1! e eu marquei um poker (4 golos), todos de belo efeito. Tenho alternado entre as posições de avançado solto (10) e extremo (11) porque sou o único gajo que tem instruções (indicações do mister) para tentar jogadas individuais – o que demonstra a confiança que ele deposita em mim. Na realidade, estou a gozar, não temos treinador.

O nosso melhor jogador é o guarda-redes. Ainda não o vi dar um frango e normalmente podemos sempre contar com 2 ou 3 golos salvos por causa dele. Acho que há uma equipa que está interessada em dar-lhe um contrato profissional, não me lembro do nome mas é uma equipa do meio da tabela da 2ª divisão.

Muitas vezes não posso ir aos jogos, porque normalmente não estou cá aos fins-de-semana, mas quando os jogos são aos dias de semana é sempre um prazer defender as cores (vermelho e preto) do Histon.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

As repúblicas do azeite - Preview da minha contribuição para a Newsletter

As Repúblicas do Azeite

A Grécia (em grego: Ελλάδα ou, alternativamente, Ελλάς), embora fique situada numa encruzilhada de continentes, é um país mediterrânico e qualquer outra denominação é incorrecta tanto a nível cultural, social, histórico, climatérico, gastronómico, como geográfico. Da mesma forma que faz sentido que Portugal (em grego: Πορτογαλία e em mirandês: Pertual) seja um país mediterrânico, embora não tenha fronteira com o mar mediterrânico.

Talvez geograficamente não seja tão consensual quanto isso, mas, ao que dizem os gregos, já foram apelidados de “bizantinos”, “País de Leste” ou “País dos Balcãs” (entre outros) e parece-me que nunca foram designações positivas que granjeassem apoio. É fácil de perceber que, face às alternativas, os gregos não se importem de pertencer ao mesmo grupo que Portugal. O mesmo se passa com Portugal cuja alternativa seria ser apenas uma “província de Espanha”. A diferença é que os portugueses dizem odiar os espanhóis quando na realidade os adoram enquanto os gregos dizem adorar os turcos quando efectivamente os odeiam.

É importante esclarecer as posições gregas e portuguesas no contexto europeu e mundial porque, de facto, não são nada óbvias. São países mediterrânicos, excepções à regra, e não poderia ser de outra forma. Países periféricos. Um na ponta sudeste e o outro no extremo sudoeste, a Europa começa e termina da mesma forma. Os últimos dos moicanos. Verdadeiras repúblicas do azeite, Portugal e Grécia, são como opostos que se tocam: o Α (alfa) e o Ω (ómega).

Nós temos o destino e eles a tragédia, nós temos o fado e eles a rembetika, nós temos a guitarra portuguesa e eles têm o bouzouki, nós temos a ginginha e eles o ouzo, nós o vinho do Porto e eles o vinho de Santorini, nós temos o “chico-espertismo” e eles têm o “yorgos-espertismo”, nós temos o “desenrascanço” e eles a “missão impossível grega”, eles dizem que não e nós percebemos que sim, nós demos novos Mundos ao Mundo que era grego, nós temos praias com areia excelente e eles têm praias com excelente água: ambas são excelentes, à sua maneira. Nós temos um país com planícies e poucas montanhas e eles têm um país de montanhas com poucas planícies, nós temos estradas boas e eles têm estradas más: ambos conduzimos muito mal.

Nós somos maluquinhos por desporto e eles são fanáticos. Nós temos o Benfica e eles têm o Panathinaikos, nós temos o Porto e eles têm o Olympiakos, nós temos o Sporting e eles têm o AEK, nós temos o Braga e eles têm o PAOK, nós temos o Vitória de Guimarães e eles têm o Aris, nós temos o Vitória de Setúbal e eles têm o Asteras Tripoli, nós temos o GDEstoril-Praia e eles têm o Apollon, nós temos a Associação Desportiva de Oeiras e eles têm o Histon FC.

A Grécia teve Onassis e nós temos o Belmiro, nós temos a Amália na voz e eles têm Aquiles no calcanhar, nós temos a Mariza e eles a Eleftheria Arvanitaki, nós temos o Quim Barreiros e eles têm o Demis Roussos, nós temos o Fernando Santos e eles têm o Φερνανδο Σαντοσ; graças a Deus (!), temos o mesmo Deus mas religiões diferentes, nós benzemo-nos para a esquerda e eles benzem-se para a direita, os nossos padres vestem-se de branco e os padres deles vestem-se de preto (mesmo quando as esposas estão vivas). Até o nosso primeiro-ministro José Sócrates é descendente de gregos (isto é mentira, mas tudo o resto é verdade). Nós não reivindicamos nada, eles reivindicam tudo por nada. Nós somos hospitaleiros se gostarem de nós, as pessoas gostam deles porque são hospitaleiros.

Outrora donos do mundo, Portugal e Grécia, seguiram exemplarmente uma trajectória.

Descendente. Exemplos de como destruir a antiga glória de um país. A verdade é que não somos descendentes de Vasco da Gama ou de Ulisses mas daqueles que ficaram, por ser mais cómodo. Tanto a Grécia como Portugal são países de comodistas; os aventureiros partiram. E de sisudos. Temos dificuldade em nos rirmos de nós próprios e esse é o primeiro passo, indispensável, para podermos melhorar. Por vezes relaxamos naquilo que é realmente importante e somos picuinhas com pormenores irrelevantes. Já não há pachorra para os “velhos do Restelo”. Exigirá um esforço adicional de memória. Falta-nos rumo, direcção, vontade e bom-senso. Só isso.

Sendo um país mediterrânico, como Portugal, é mais aquilo que nos une do que nos separa mas apenas esta brevíssima comparação deve servir para identificar algumas das idiossincrasias que definem os dois países. De resto, a própria palavra idiossincrasia provem da palavra grega ιδιοσυγκασια
(ίδιος, próprio + σύγκρισις, constituição, temperamento). Mesmo naquilo que somos diferentes acabamos por ser iguais.

Mas a minha mensagem é de esperança e nós temos um trunfo: o azeite. Poucos países se podem orgulhar de produzir sistematicamente azeite de qualidade. Azeite que é a base de uma alimentação saudável e equilibrada. Um pastel de nata ao lanche também ajuda mas a base tem de ser o azeite! Obviamente, muitas vezes, estamos com “os azeites” mas até isso é positivo. Falta-nos rumo, direcção, vontade e bom-senso. Só isso.

Ao longo da última década (e mais um pouco) temos vindo a produzir azeite de excelente qualidade que não tem sido aproveitado porque, infelizmente, os “azeiteiros” são retrógrados, verdadeiros “velhos do Restelo”. É uma questão de mentalidade e isso demora algum tempo a mudar. Estamos a melhorar e a colheita está a amadurecer. Não temos de ser alemães ou escandinavos. Podemos ocasionalmente comer uma salsicha, um “schnitzel” ou um “smorgasboard” mas devemos é ter a preocupação de refinar o azeite.

Programas como o Inov Contacto são importantes para criarmos uma nova geração de “azeiteiros”, não apenas copiar o que vemos “lá fora” mas descobrirmos o nosso próprio caminho. Ou melhor, redescobrirmos, o nosso caminho. Nesse aspecto, parece-me que os gregos estão ligeiramente mais adiantados do que nós.

O meu apelo final é para que, neste processo, não se desvirtue a essência de Portugal, o azeite, que é tão português como grego.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Saviola no Benfica!

Finalmente! Saiu hoje pela primeira vez esta pré-época nos jornais desportivos portugueses esta bela peça de ficção: Saviola no Benfica! O feliz completado foi o jornal A Bola (como eu gosto da A Bola... acabei de ganhar uma aposta!). Ahhhhhhhhhhhhh... será desta????????
E será que amanhã o Aimar está quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase quase a assinar pelo Benfica?? (um quase por cada título de primeira página).

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Colecção Outono Inverno

Aqui fica o vídeozinho da moda, Colecção "Atenas" Outono-Inverno, mas nada de mariquices de "hâute coutoure", hein!? É um vídeo bem fixolas mas MACHO (!)... para mais tarde recordar... let's look at the trailer!